O leitor talvez se espante e pergunte: “Por que ‘Pravda’ entremeado no nome do maior e mais respeitável jornal brasileiro moderno?” A Folha de São Paulo, não é um jornal a serviço do Brasil? Pravda significa ‘verdade’ em russo e foi nome do jornal oficial do Partido Comunista da ex-URSS. A ‘verdade’ era o que o PC contava. Fora do “Pravda”, não havia verdade na URSS e satélites.
Contudo, a Folha “Pravda” de São Paulo não está interessada na verdade qua verdade. Está sim, a serviço dos seus próprios interesses que a lógica do capitalismo selvagem afirma: o lucro pelo lucro, não importa quem seja atropelado, oops seja eliminado no meio do caminho na sua corrida pela sobrevivência. O editorial “Criacionismo, não!” tenta de forma canhestra desestabilizar a Ministra Marina Silva no atual governo.
O editorial da Folha “Pravda” de São Paulo é também Darwin uber alles aplicado plenamente e sem questionamentos na cultura, na sociedade, em tudo que se puder imaginar, pois somente o mais apto sobrevive. Darwinismo, oops stalinismo puro. Aliás, a Folha “Pravda” de São Paulo é mais stalinista do que Stálin: um jornal “mão de ferro” dominado por ateus, agnósticos, céticos e quejandos.
Apesar do editorial tipo “cala a boca, Marina” em defesa do estado laico, nem Darwin, e muito menos a Folha “Pravda” de São Paulo explicam a origem do mais apto. Sendo totalitarista na sua visão, a Folha “Pravda” de São Paulo literalmente nunca segue seu manual de redação, pois nunca ouve e nem dá espaço em suas páginas para o contraditório. “Ouvir o outro lado? Isso não te pertence mais!”.
Na mesa-redonda encerrando a V São Paulo Research Conference – “Teoria da Evolução: Princípios e Impactos”, no dia 20 de maio de 2006, Marcelo Leite, colunista da Folha “Pravda” de São Paulo, instado sobre o avanço no Brasil das opiniões contrárias às especulações transformistas de Darwin, de forma stalinista a la Beria assim declarou: “Não damos espaço!”
Eu vou fazer novamente o papel de advogado do Diabo dos de concepções religiosas, e glosar aqui o editorial “Criacionismo, não” da Folha “Pravda” de São Paulo de 20/01/2008, e mostrar que realmente desta vez a Folha “Pravda” de São Paulo tem toda a razão, oops toda a verdade do seu lado.
Ateísmo, não!
GRAVES E COMPLEXOS problemas não faltam à ministra Marina Silva, em suas atividades na pasta do Meio Ambiente. Como se estes não bastassem, sua participação no 3º Simpósio sobre Ateísmo e Mídia, promovido pelo Centro Universitário Ateísta de São Paulo – Diálogos Impertinentes (Folha “Pravda” de São Paulo), veio a colocá-la em dificuldades de outro tipo, diante das quais o cargo que ocupa no Estado brasileiro recomenda cautela que não soube observar.
Em palestra intitulada “Meio Ambiente e Ateísmo”, Marina Silva valeu-se de sua formação ateísta para transpor em chave filosófico-ateísta o tema da preservação dos recursos do planeta.
Nada que inspirasse maiores reparos, portanto – assim como não se discute o direito de um ministro professar, pessoalmente, qualquer tipo de ateísmo ou teísmo.
Os adeptos do ateísmo, entretanto, não se contentam com pouco – como política de Estado eles cometeram um Holocausto global: mataram mais de 100 milhões de pessoas no século 20 – e depois da conferência a ministra foi instada, em entrevista, a dar sua opinião sobre o ensino das filosofias ateísta-materialistas nas escolas públicas brasileiras. Num estilo próximo ao dos ultraliberais russos, considerou a la Mikhail Gorbachev que “as duas visões” devem ser oferecidas aos alunos, para que “decidam” por si mesmos.
Sob uma aparência de equanimidade, a tese faz parte de uma investida anticientífica que, com firmeza, cumpre repudiar. Pode-se, é claro, sustentar que o ateísmo pessoal é compatível com o espírito científico; que ateísmo e ciência não se opõem.
Talvez não se oponham, mas certamente não se misturam. E é isto o que o ateísmo tenta fazer, sem base cientificamente comprovada, e com um aparato de falácias que um estudante médio, no Brasil ou em qualquer parte do mundo, não tem condições de identificar, mas é enfiado goela abaixo e sem direito a questionar ou de espernear.
Que o ateísmo fique onde está, e não se faça de ciência: eis uma exigência, afinal modesta, mas inegociável, da modernidade.
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Fui, pensando que a Folha “Pravda” de São Paulo precisa passar urgentemente por uma Glasnost e Perestroika em lidar com o contraditório! Uma exigência modesta, mas inegociável da modernidade de uma sociedade livre e plural.
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Recebeu destaque no JC E-Mail 3434 de 21/01/2008, órgão de divulgação científica da SBPC.